Objetivo

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

...Separação...

O nosso amor acabou. Ruiu. Desmoronou. Encontro pedaços de mim espalhados pela sala, pela casa, pela vida.
Preciso desesperadamente reordenar a minha existência. Montar, de uma vez por todas e de forma correta, este quebra-cabeça gigante e disforme em que me transformei.
Olho no espelho e não me reconheço.
Quem seria esta mulher que teima em imitar meus movimentos? Frente a frente comigo mesma, olho para dentro da minha alma, da minha essência e tento a todo custo encontrar algo que se assemelhe ao meu eu.
Essa pessoa que enxergo nada tem de verdadeiro, de concreto e de sensível. É apenas um espectro de mim. Ela é estranha para mim. Eu sou estranha para ela.
Choro, convulsivamente! penso insistentemente em mim, penso insistentemente em você.
E uma pergunta martela a minha cabeça. Preciso de uma resposta. Uma resposta aceitável, uma resposta plausível, uma resposta que me faça compreender de forma definitiva a única verdade que restou:
Em qual "instante" a linha do nosso amor se partiu? Qual foi a palavra mal dita ou dita na hora errada ? Quantas mágoas se acumularam sem que eu tivesse notado? Qual foi o principal motivo que desencadeou tantas desavenças?
Percorro, então, todos os caminhos por onde costumávamos passar. Ando pelo passado a procura de indícios. Penso em todos os momentos bons ou ruins que vivemos. Revejo nossas brincadeiras, ouço o som das nossas conversas, e o das nossas brigas também. Sorrio ao me relembrar dos nossos tratados de paz.
O cheiro adocicado da sua pele ainda está impregnado no meu ser. O toque da suas mãos e o enlevo de nossos corpos incendiados pelo desejo são lembranças que jamais se apagarão do meu pensamento.
Sinto as batidas aceleradas do meu coração que festejava com ardor - um amor - que sem aviso algum descolou-se de mim sem que eu tivesse a chance de perceber.
Foi embora juntamente com meus sonhos. Eu estava completamente cega. A paixão cegou a razão. Anulou a consciência. Capturou a minha alma. Fez reviravoltas na minha vida.
E agora o que me resta? Resta o som do adeus, a dureza do nunca mais. Assumo o meu passado sem medo. Desejo, porém, um futuro com riscos. Ao reencontrar os meus pedaços, terei a esperança de um novo dia, de um novo amor:
"O Sol desponta Lá no horizonte, Doirando a fonte, E o prado e o monte E o céu e o mar" (Gonçalves Dias)
Esta é a resposta que eu procurava. Acenderá em meu rosto o sorriso de uma nova ilusão: a de viver.

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