Objetivo

terça-feira, 11 de março de 2008

O que tiver que ser...

Anoiteceu, e o silêncio tomou conta dos meus pensamentos. Antes tinha tantas palavras, e hoje já nem sei mais o que dizer. Todas as coisas que eu gostaria que você soubesse, você já sabe, mas mesmo assim ainda não se manifestou em relação a nós dois. Então, de repente, é como se o silêncio tivesse tomado a frente da situação, e só ele poderá encontrar a solução para o nosso caso.
Tenho tentado modificar os meus velhos hábitos para não sofrer. Quando a angústia e a ansiedade me invadem, luto para concentrar meus pensamentos em outra coisa. Mas quando realmente não consigo me desvencilhar destes sentimentos, escrevo meus versos de amor, para não te procurar e dizer tudo o que aflige o meu coração, porque se eu te disser que te amo por mais uma vez serei repetitiva, e sei que mais uma vez você apenas me olhará, como se eu não tivesse dito nada.
Às vezes penso que minha mãe tem razão, e que tudo nessa vida é ilusão. Talvez amanhã, quando a idade já fizer diferença no meu processo de amadurecimento, eu perceberei o quanto fui tola amando desmedidamente, e colocando a minha sanidade em risco por conta disso. Perceberei quanto tempo da minha vida perdi com angústias e saudades, tentando alterar fatos que não estavam ao meu alcance, que eu simplesmente não tinha controle sobre eles. Acredito que vou rir da minha própria cara, e, a partir daí vou compreender que o amor que nos traz maior felicidade é o amor-próprio, pois ele nos impede de nos auto-flagelar em nome do outro, de sofrer apenas para que o outro não sofra. Talvez com o tempo a gente compreenda que não pode mudar o curso da vida, que existem algumas experiências que não poderemos passar por ninguém e que ninguém poderá passar por nós, pois elas são de cada um, independente de serem boas ou ruins.
Espero que esse dia chegue logo, e que eu esteja viva até lá, pois alguns sentimentos que nos dominam nos adoecem de tal maneira que nos tornam capazes de cometer loucuras inimagináveis, apenas para deixar de senti-los.
Aprendi que os únicos culpados por nosso sofrimento somos nós mesmos. O outro é capaz de nos trazer dor, mas somos nós que escolhemos como vamos lidar com ela: encararemos como experiência de vida e seguiremos o caminho, ou remoeremos aquela dor até que ela machuque o coração tão profundamente que deixe cicatrizes irreversíveis? É uma questão de escolha de cada um. Quer que sua vida seja leve e feliz ou repleta de dor, ressentimento e tristeza?
Eu não quero mais remoer o nosso passado, nem esperar essa ou aquela palavra de você, pois vejo que nem mesmo você sabe qual direção quer seguir, então como posso exigir que você decida se quer ou não me levar junto contigo, se na verdade você está parado no meio da estrada, ainda decidindo qual caminho seguir?
Não sei se tenho algo a perdoar, mas eu te perdôo. Perdôo por cada palavra ríspida, por cada lágrima que me fez chorar, por cada noite que tirou meu sono, por cada segundo em que você me traiu, mesmo que tenha sido apenas em pensamento. Eu te perdôo e te peço perdão por cada dia em que eu te machuquei, por cada momento em que eu deixei o ciúme e a insegurança me cegarem ao ponto de te agredir com as minhas palavras insanas e doentes. Eu te peço perdão por cada vez que te machuquei e te juro que jamais foi a minha intenção te magoar, que o amor que sinto por ti seria incapaz de fazer isso. Eu te perdôo e peço perdão para que possamos seguir o caminho em paz, sem qualquer tipo de ressentimento.
Eu não sei o que vai acontecer amanhã, quando o dia amanhecer, mas, de qualquer modo, não é a minha ansiedade que modificará alguma coisa. Eu não faço a mínima idéia do que será feito de nós dois, mas seja lá o que for, acredito que será o melhor.
Eu não vou mais tentar, nem desistir. O que tiver que ser, será...

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