Objetivo

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Cadê seu pai?

Essa pergunta foi feita pelo sobrinho do pai do Rhian, de 2 anos e meio de idade, que até hoje não sabia que o Rhian era filho do tio dele. Mas ela me fez pensar muito a respeito do assunto.
Onde estava o pai do Rhian enquanto estávamos enfiados no hospital naquela angústia, no sábado? Sim, eu sei, ele estava trabalhando, mas não se deu ao mínimo trabalho de passar na minha casa no fim do dia para certificar-se de que o filho estava vivo.
Sei que ele ama o filho, não estou questionando seus sentimentos, mas suas atitudes. O Rhian nunca está em sua lista de prioridades, e isso me entristece muito, porque eu gostaria muito que o Rhian tivesse um pai presente e atuante em sua vida. Eu sei que posso assumir a maternidade sozinha, depois de uma gravidez inteira sem saber se meu filho teria um pai ou não, percebi que sou mais forte do que imaginava, mas jamais poderei assumir o papel dele na vida do Rhian, por mais que eu queira.
E dói em mim ver o quanto ele não tem um pingo de consideração, nem pelo filho, muito menos por mim. É o celular que toca toda hora, são os compromissos com os amigos e sei lá com mais quem que sempre o afastam de sua família, é a troca de pessoas que o amam por uma vida desregrada e obscura.
É dor de amor não-correspondido da minha parte? Pode ser que também seja, mas não é só isso. É dor por ver que não posso contar efetivamente com ele, é dor por sentir-me sozinha no mundo com meu filho, sem amparo e sem socorro. É tristeza por ver que ele está perdendo o desenvolvimento do único filho e, assim, obrigando o filho a desenvolver-se sem ele. É a frustração de ver tudo o que sonhei se desfazendo, e ter que enfrentar uma vida que eu não escolhi, que eu nunca quis.

Será que algum dia vou aprender a conviver com isso sem sentir tanta dor?

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