Objetivo

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Todo fim significa um recomeço

Ontem, finalmente, fechou-se mais um ciclo em minha vida. Sei que deveria estar feliz, pois este ciclo demorou mais do que o suficiente e necessário para encerrar-se, mas tudo o que consigo sentir neste momento é uma sensação de perda imensa, que me corta a alma e me fere o coração.
É o fim definitivo da minha relação com o pai do Rhian, inclusive no que diz respeito à amizade, e eu estou magoada e triste demais, não pelo fim em si, mas pela maneira como as coisas se deram.
Perdi uma pessoa que eu amava, e não foi para a morte, mas para os olhos da verdade. Há muito tempo descobri que ele não era a pessoa que eu pensava e até mesmo cheguei a idealizar, mas a esperança de modificá-lo fez-se presente em meu coração desde o primeiro dia em que nos olhamos, e eu insisti mesmo sabendo que, provavelmente, as coisas dariam errado. Apenas não imaginava que o fim fosse ser tão trágico e tão doloroso.
Amei demais, eu confesso novamente. E coloquei esse amor acima de todas as coisas e pessoas da minha vida, até o dia do nascimento do meu filho.
Depois de ver aquele lindo par de olhos verdes me fitando em um silêncio cúmplice, eu conheci o maior amor que pode existir nesse mundo, e desse dia em diante, senti as coisas se modificando lentamente dentro de mim, tomando seu local correto.
Perdoei, relevei e tolerei diversas coisas feitas pelo pai do Rhian neste cinco anos em que nos conhecemos, e que todos já estão cansados de saber, pois é (na verdade, era) meu assunto principal na vida. Porém, cometi um erro fatal, que foi determinante para chegarmos ao fim com tanto ódio e dor pairando em nossos corações: eu perdoei o imperdoável, dando a ele a ideia de que nada que ele faça é capaz de me atingir a ponto de abrir eu mão de tudo, de desistir, de deixar de ser tão passiva e tomar um posicionamento forte e decidido diante da situação.
Isto era uma verdade até pouco tempo atrás, até sua irresponsabilidade e descompromisso com a vida começarem a atingir meu filho, que é o bem mais precioso que tenho na minha vida. No começo de tudo, eu fui relevando, achava que ele ainda era muito jovem para compreender as reais funções de um pai, que o tempo traria juízo à sua cabeça, enfim, essas desculpas que inventamos para tentar esconder o verdadeiro caráter de pessoas que amamos, mas, conforme o tempo foi passando e eu vi que, além de nada mudar, não havia sequer um pingo de disposição para a mudança, passei a me sentir cúmplice das coisas erradas que ele fazia, por ver tudo aquilo e simplesmente não tomar uma atitude.
Há cerca de alguns meses para cá, esses meus sentimentos de compreensão e tolerância passaram a se transformar numa revolta sem tamanho e sem dimensão, pois estava bem na minha frente as provas de que ele não se importa genuinamente com o filho, que as mentiras são tantas e tão grandes, que as verdades se perderam entre elas e nunca mais foram encontradas,
Não há verdade em seus olhos, em seus atos e nem em suas palavras. Não há verdade em seus sentimentos. Não há verdade em seus discursos.
Nossa história, que antes fora linda e divertida, transformou-se numa sucessão de mentiras e fracassos, de abandonos e desencontros, de críticas e palavras desmedidas, que beiravam à humilhação.
Tentei apontar-lhe os erros em relação ao seu convívio com o filho, e ele jamais me deu ouvidos. Desculpava-se, prometia mudanças que não duravam uma semana, e tudo voltava à estaca zero. Depois, começou a responder meus apontamentos com agressividade, palavrões e brigas que não tinham fim, pois jamais conseguíamos entrar em um acordo. Ele está sempre certo, mesmo quando está errado, e isso é algo indiscutível para ele. Porém, ontem, o nosso mundo desabou de uma maneira irreversível, devastador e causando danos irreparáveis a ambas as partes.
Ele me telefonou me xingando, me humilhando, me dizendo que me quer ver morta e nos quintos dos infernos, por uma coisa que eu não fiz e não disse à mãe dele, mas mesmo que eu tivesse feito e dito, não estaria errada, pois ele, de fato, fez errado, e tinha mesmo era que admitir e ouvir um bom sermão por isso. A conversa não teve um fim, porque eu desliguei o celular na cara dele, em um dos meus poucos instantes de dignidade. A confusão acabou envolvendo a minha família também, e não há mais como voltar atrás, pois minha mãe, farta de ver a filha sofrer, envolveu-se na história, em minha defesa.
Não há mais nada a ser dito, discutido ou negociado. Eu simplesmente não vou mais lidar com uma pessoa que não conheço, em quem não confio e em quem joga sujo para conseguir manipular as situações em seu favor.
Rhian nunca teve um pai, este é um fato que tenho tentado mascarar desde o dia em que meu filho nasceu. Por todo esse tempo, atuei como mediadora de conflitos, como cúmplice dele, ao ajudá-lo a esconder seus erros. Mas agora, eu não quero mais essa vida para mim.
Dissemos coisas que não deveriam ser ditas, atravessamos uma fronteira de falta de respeito de onde não podemos mais voltar. E, pela primeira vez, eu senti, em meu coração, aquele sentimento de amor que eu tinha por ele, se desfazer por completo, dando espaço a uma névoa de sentimentos ruins que eu ainda não sei descrever com riqueza de detalhes.
Meu coração está sangrando neste momento, como já sangrou muitas vezes, mas desta vez é diferente, porque é para sempre. As ligações que antes eu esperava com ansiedade, hoje já nem atendo, e não sinto o mínimo de vontade. Não quero vê-lo, não quero ouvir a sua voz, não quero lembrar que ele existe.
A mágoa não é pelo fim, porque já não estávamos mais juntos há muito tempo; a dor é por saber que ele nunca foi a pessoa que eu pensei. Eu fui enganada por seu sorriso largo e por seu discurso manipulador. Eu fui levada a criar ilusões que me trouxeram ao fundo do poço em que me encontro hoje.
Mas sei que de vítima não tenho nada, muito pelo contrário, sou completamente culpada por essa devastação em minha vida, porque eu permiti que ele fizesse tudo isso, a mim e ao meu filho.
De hoje em diante, quero dizer que sigo oficialmente sozinha. Sou uma mãe solteira, que só pode contar com a ajuda de Deus, de sua família e amigos e de sua própria força, para aceitar os revezes da vida, encará-los como experiência e buscar construir um futuro maior e melhor, onde grande parte do espaço seja ocupado por mim e pelo Rhian.
Ainda não sei qual rumo tomarei, mas, pelo menos, tenho certeza absoluta do que não quero nunca mais para a minha vida. É uma decisão, dessa vez verdadeira, sincera e pensada, e eu conto com a força e a torcida de todas as pessoas que me acompanham nessa longa estrada da vida, para que eu possa suportar toda a dor que estou sentindo neste momento, erguer a cabeça, olhar para frente e nunca mais cometer os mesmos erros.
Vida nova de hoje em diante, porque um longo futuro feliz me espera no final de toda essa tempestade.

Perdoem-me o post enorme e o desabafo, mas preciso dividir minha agonia com alguém, para ver se passa.

2 comentários:

Anônimo disse...

Taia, minha querida, fico triste por vc neste momento, acredita que ontem sonhei com vc, e esqueci de comentar. Engraçado que sou uma pessoa de poucos amigos, meus amigos cabem numa mão, mas tenho um enorme carinho por vc, vindo não sei de onde e nem sei porque, mas talvez "nossos anjos tenham batido" e espero muito que um dia possamos nos conhecer!
Infelizmente a vida toma rumos nunca antes pretendidos e eu que não sou amante de mudanças devo te confessar que apesar de no primeiro momento ficarmos paralisadas frente as modificações elas costumam vir para transformar nossa vida para melhor.
Não vou opinar sobre o episódio em questão pois farei como faço com minhas amigas (pois já te considero uma!) demonstrarei aqui meu apoio incondicional. Um coração ferido e uma mulher magoada são elementos muito perigosos, mas vejo em ti uma pessoa centrada, que nesses tempos de convívio mesmo que vrtual é perceptível seu amadurecimento!
Vc não está só, tem seu filho, sua família e sempre estará com Deus.
Vc é forte, capa e pode ser o que quiser e conseguir o que quiser, e espero que nunca perca sua dignidade e doçura.
Depois da tempestade vem a abonança.
Confie!
Bjocas e espero que esteja melhor, e desabafe sempre que quiser e se precisar de um ombro amigo estou aqui.
Meu e-mail: francys_lara@yahoo.com.br

Camila Santiago disse...

passando pra deixar um oi ...desculpas por não optar,,, mas não estou muito bem hj ...fica com Deus... ops...se entregue a ele ke ele sim cuida de vc e te ama... bjoks flor.